Na cerimónia em que tomou posse como Bastonário da OROC, José Azevedo Rodrigues salientou a necessidade de assegurar a crescente relevância do exercício profissional dos revisores oficiais de contas em prol de uma cultura de rigor e de confiança e da defesa do interesse público, num contexto que configura um ambiente de risco ditado pelos efeitos da crise e pelo desafio de atrair talentos para a profissão.
Lisboa, 16 de janeiro de 2015 – O exercício da auditoria como fundamento para a conquista de confiança foi central à mensagem de José Azevedo Rodrigues, que hoje tomou posse como Bastonário da Ordem dos Revisores Oficiais de Contas (OROC) para o seu segundo mandato no cargo. A cerimónia pública contou com a intervenção de Maria Luís Albuquerque, Ministra de Estado e das Finanças.
De acordo com José Azevedo Rodrigues, Bastonário da Ordem dos Revisores Oficiais de Contas para o próximo triénio, “não obstante as circunstâncias e condicionantes difíceis nas quais os revisores oficiais de contas exercem a sua função, a OROC persiste no desígnio fundamental de garantir o nível de exigência nas práticas e atitudes dos profissionais do sector, no sentido de assegurar a confiança no desempenho das suas funções.”
Uma ideia repetida por Maria Luís Albuquerque, ao afirmar que sem a correta aplicação das normas não existe confiança nos mercados, com o papel dos auditores a ser incontornável numa economia que quer ser competitiva. Reconhecendo o contexto difícil em que se inicia o mandato do atual Bastonário, Maria Luís Albuquerque garantiu ainda saber que os revisores oficiais de contas vão estar à altura dos desafios.
As condicionantes atualmente vividas apresentam obstáculos à profissão diretamente relacionadas com o impacto da crise sobre a economia real, afetando o nível de atividade empresarial e conduzindo a uma competição baseada nos preços no mercado da auditoria.
Uma questão à que se juntam os procedimentos de contratação pública baseada exclusivamente no critério de escolha pelo “preço mais baixo” e a fixação de preços administrativos sem atender ao nível de exigência de recursos necessários para a execução de um serviço de auditoria de qualidade.
A esta realidade somam-se questões relacionadas com a legislação em torno da atividade, aguardando-se a aprovação e publicação de novos Estatutos que constituirão uma ferramenta fundamental para abordar questões como o incremento da cooperação internacional ou a abertura ao acesso de jovens licenciados, independentemente da sua formação universitária de base.
O Regulamento Europeu de Auditoria e a Diretiva de Auditoria, aprovados pelo Parlamento Europeu em maio de 2014 e devendo o primeiro ser adotado e a segunda transposta para o ordenamento jurídico nacional até junho de 2016, são outro dos desafios a que a profissão é chamada. A transposição deverá servir de mote para melhorar a consistência entre os vários instrumentos de regulamentação da intervenção dos revisores, clarificando a sua missão, áreas de ação e responsabilidades.
Esta ideia de melhoria da organização dos revisores e das sociedades de revisores e das suas práticas profissionais foi encontrar eco no sistema de controlo de qualidade instituído pela OROC, um instrumento essencial para a melhoria da profissão. O Bastonário manifesta a sua convicção de que a par das exigências que são impostas aos membros da Ordem, a independência, a competência e o saber serão os pilares da atuação futura da supervisão da auditoria em Portugal. Uma atuação que, assim, contribuirá positivamente para a renovação cultural e comportamental subjacente ao ambiente de mudança global atual, valorizando o papel da auditoria como função de interesse público.