- Maioria das empresas encara compliance como fator de criação de confiança e reputação e não como uma mera obrigação.
- Os gestores investem um tempo considerável em compliance: três quartos dos executivos de topo/membros de conselho de administração dedicam-se, pelo menos trimestralmente, a tarefas de compliance.
- Mais de metade dos inquiridos (51%) esperam que os requisitos de compliance se tornem mais difíceis de cumprir e planeiam investir em competências e tecnologia (machine learning/IA) para os acompanhar.
- 4/5 das empresas (82%) estão seguros que se encontram a cumprir os atuais requisitos de compliance – e que o vão continuar a fazer no futuro.
- Posição amplamente consistente expressa em diferentes regiões e países, com algumas exceções identificadas.
15 novembro 2021, Lisboa: A Mazars, firma internacional líder de auditoria, fiscalidade e consultoria, divulgou o estudo “Unlocking trust: why global compliance is on the business agenda”. O estudo, baseado num questionário realizado a 892 profissionais seniores de compliance nas áreas de contabilidade e fiscalidade em organizações multinacionais de 25 países, destaca as oportunidades e os riscos, atuais e futuros, associados ao compliance.
Oportunidade para criar valor
Os responsáveis pelo compliance tendem a encará-lo como um fator de criação de oportunidades e não apenas como uma obrigação: 58% concordam com esta visão. As oportunidades que o compliance apresenta são significativas: aumentar a confiança, reforçar a segurança e construir reputação. A recompensa para o cumprimento dos requisitos de compliance é valiosa: 65% sentem que compliance positivo aumenta a confiança do investidor, 64% dizem que aumenta a confiança do cliente/consumidor; 61% afirmam que ajuda a construir uma reputação favorável.
Esta evolução da perceção do complicance é explicada por Alice Vitória Brito, Chief Compliance Officer da Mazars em Portugal, uma vez que “o objetivo principal do compliance é garantir o cumprimento por parte das entidades, das exigências legislativas e regulamentares no ambiente corporativo em que atuam, bem como das regras e códigos de conduta internos das organizações. A visão primária e restrita do compliance, como ferramenta para prevenção de incumprimentos e consequente prejuízo (reputacional e/ou financeiro) e mitigação de riscos, evoluiu. No presente contexto empresarial, um compliance robusto é cada vez mais assumido como uma oportunidade e ferramenta para reforço da confiança de investidores e clientes, contribuindo para a construção de reputação da entidade e, a nível mais global, para o desenvolvimento de um mercado justo.”
“Isso mesmo é patente no nível crescente de envolvimento de dirigentes de topo e de investimento realizado pelas organizações. O principal desafio é gerir e acompanhar um ambiente empresarial e regulatório em mudança acelerada e cada vez mais exigente, requerendo constante adaptação, reapreciação dos riscos e sua abordagem”, conclui.
As empresas alocam senioridade ao esforço de compliance
Em 3/4 (75%) das empresas os executivos de topo e membros de conselhos de administração abordam o compliance com uma regularidade trimestral ou ainda mais elevada (39% mensalmente). Este envolvimento faz, normalmente, parte de uma revisão pré-programada de riscos (50%), mas também é frequentemente inserida na procura por novos insights ou oportunidades (44%).
Expetativa de mais da metade das empresas é que os requisitos de compliance se tornem mais difíceis de cumprir no futuro
De forma global, as empresas confirmam que a atenção e recursos dedicados ao compliance conduzem a resultados positivos: 82% estão seguras que se encontram a cumprir de forma bem-sucedida os requisitos atuais e que vão continuar a cumpri-los no futuro. Contudo, mais de metade (51%) esperam que o compliance se torne mais exigente nos próximos cinco anos. Este está a tornar-se mais complexo, a legislação está a mudar rapidamente e a pandemia Covid-19 vai continuar a causar disrupção. 38% dos inquiridos apontam a complexidade crescente, a mesma percentagem identifica os impactos da pandemia e 36% destacam a nova regulação como os mais significativos desafios ao compliance nos próximos cinco anos. O Brexit também representa alguma disrupção ao compliance mas não figura no topo da lista de desafios (23% a nível global referem-no como um desafio relevante).
Líderes sabem que falhar acarreta riscos significativos
Os responsáveis pelo compliance conhecem os riscos significativos de fracassar: 77% afirmam que a sua empresa enfrentou desafios relacionados com compliance nas áreas de contabilidade e fiscalidade nos últimos cinco anos. As suas consequências passam, geralmente, por danos à reputação, ações disciplinares internas e multas.
Gestores devem investir em tecnologia, mas também precisam de potenciar conhecimento e competências
Os principais investimentos planeados para compliance são em tecnologia (particularmente machine learning/inteligência artificial) e competências: 45% afirmam que nova tecnologia de compliance contabilística e fiscal será um dos drivers mais significativos para melhorar a performance nas suas funções nos próximos cinco anos. No entanto, a falta de conhecimento e competências na sua equipa é prejudicial: dois em cinco inquiridos (42%) consideram que este é um grande obstáculo para que se alcancem os objetivos de compliance.
Ampla consistência regional com algumas exceções
O estudo mostra que regiões e países apresentam respostas semelhantes, mas podem ser identificadas algumas exceções: entre todas as regiões analisadas, 50% dos líderes na América Latina encaram, com mais força, este tema como uma oportunidade (65% vs 58%) e reveem os seus problemas de compliance mensalmente ou mais frequentemente, 11 pontos acima da média do estudo. Os inquiridos nos EUA apontam como o maior desafio ao compliance o aumento do escrutínio por parte de reguladores – que não figura entre os três principais desafios para os restantes entrevistados. Além disso, os responsáveis nas regiões da África – Médio Oriente, América Latina e EUA mostraram-se especialmente desafiados pela necessidade de aumentar os recursos associados ao compliance no último ano, comparativamente à média do estudo (78%, 71% e 78%, respetivamente, comparado com uma média de 60%).
Erick Gillier, Partner, Global Head of Outsourcing da Mazars, afirma: “O compliance global tem sido a pedra angular de boas práticas comerciais, mas pode ainda ser encarado como apenas uma obrigação a cumprir e não uma oportunidade a ser aproveitada. É por esse motivo que nos propusemos descobrir de que modo os gestores abordam o compliance global, incluindo a atenção que lhe dedicam, o retorno que esperam, os riscos que antecipam e onde centram o investimento. O nosso inquérito e estudo mostram que quando este tema é implementado corretamente cria confiança entre investidores, clientes e consumidores e molda uma reputação positiva para o mundo exterior”.
“O inquérito e o estudo demonstram o claro sentido de responsabilidade que os gestores sentem relativamente ao compliance. Com o nível de escrutínio sobre o ambiente de negócios mais rigoroso de sempre, a constatação que a maioria dos gestores planeiam aumentar os recursos financeiros e humanos dedicados ao compliance deve ser tranquilizadora para qualquer pessoa que deseje ver negócios desenvolvidos de forma correta”, acrescenta Erick.
Sobre a Mazars
A Mazars é um partnership integrado internacional, especializado em auditoria, contabilidade, consultoria, fiscalidade e serviços jurídicos*. Operando em mais de 90 países e territórios em todo o mundo, recorremos à expertise de mais de 42.000 profissionais – 26.000+ no partnership integrado da Mazars e 16,000+ via a Mazars North America Alliance – para apoiar clientes de todas as dimensões, em todas as etapas do seu desenvolvimento.
*quando permitido pela legislação local
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Metodologia
A Mazars, em parceria com a GQR Research, inquiriu 892 profissionais seniores de compliance nas áreas de contabilidade e fiscalidade, em organizações multinacionais, entre 30 de abril e 2 de junho de 2021. O trabalho de campo foi realizado online e num formato de “double-blind”: os inquiridos desconheciam que a Mazars era o promotor do inquérito. Os inquiridos eram oriundos de empresas multinacionais do setor privado. Ocupavam, no mínimo, cargos de Direção, trabalhavam em sedes globais/regionais e tinham responsabilidade sobre múltiplos países. Estavam envolvidos nas áreas de contabilidade e fiscalidade nas suas respetivas organizações.
Os inquiridos eram provenientes de todas as regiões do globo, com ênfase na Europa Ocidental e Ásia-Pacífico: África e Médio Oriente (100 inquiridos), América do Norte (51), América Latina (101), Ásia-Pacífico (251), Europa Central e de Leste (50), Europa Ocidental (339).
Dimensão da organização dos inquiridos:
- Menos de 1.000 colaboradores a nível global: 268 inquiridos
- 000-10.000 colaboradores a nível global: 380 inquiridos
- 000 colaboradores a nível global: 244 inquiridos