Ciência da sustentabilidade em comunicação

Um dos tópicos mais mediáticos dentro dos temas ciência da sustentabilidade é o da redução das emissões de CO2, ou ambição da neutralidade carbónica por parte das organizações. Mas há quer ter atenção aos anúncios de redução das emissões, uma vez que os objetivos são fáceis de enunciar mas é difícil de implementar, analisar, avaliar e verificar.

Há uma organização que permite às empresas terem objetivos de redução de emissões, significativos e mensuráveis, assentes em ciência climática. A Science Based Targets Initiative (SBTi) é uma parceria de diferentes organizações internacionais e há já quase 2.500 empresas de todo o mundo e vários setores que se comprometeram à redução de emissões com a SBTi.

Num processo de validação rigoroso – menos de metade destas têm os objetivos aprovados pela iniciativa – a SBTi exige que as empresas definam os objetivos através de ações diretas no âmbito das suas operações e há três categorias para a redução de emissões por parte da organizações.

Em primeiro lugar as de âmbito direto, como por exemplo, os seus escritórios, infraestruturas ou veículos. Depois as emissões indiretas que são resultado da energia que a empresa compra para o seu funcionamento. O terceiro âmbito tem a ver com as emissões pelas quais a empresa é responsável na sua cadeia de valor: os bens de investimento, utilização de produtos comercializados e o transporte e distribuição.

As empresas têm um maior controlo sobre as emissões do primeiro e segundo âmbito, enquanto as do terceiro são as mais difíceis de medir e reduzir, apesar de normalmente corresponderem à maior parte da sua pegada de carbono.

Os dados revelados pela SBTi são um bom ponto de partida para a perceber e comparar as empresas, mas ainda não é possível usar o mesmo critério para a sua avaliação, uma vez que os pormenores dos compromissos de cada uma variam.

Mas a informação também revela que as organizações que definiram os objetivos com a SBTi estão bem encaminhadas para o conseguir e as que têm os objetivos validados pela iniciativa reduziram as suas emissões em 25% entre 2015 e 2019.

A persecução desta redução de emissões implicou, e continuará a implicar,  mudanças significativas nos modelos de gestão das organizações, mas traz muitos benefícios para sua sobrevivência futura, num processo de implementação que tem no seu centro a communication.