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Set 13, 2019

Congresso ROC: “Auditoria não pode ser vista como Commodity”

Auditoria não pode ser vista como uma commodity

auditoria não pode ser vista como commodity

Os Revisores Oficiais de Contas (ROC) reuniram-se hoje no seu XIII Congresso para refletir sobre os novos caminhos da profissão. O debate destacou as novas exigências que se apresentam aos auditores e que exigem, em contrapartida, o reconhecimento de valor por stakeholders e o necessário apoio de gestores e responsáveis de governação, supervisão e fiscalização.

 Lisboa, 13 de setembro de 2019 – O XIII Congresso dos ROC, que hoje teve lugar em Lisboa, juntou oradores de referência para debater a nova realidade da auditoria e o papel dos Revisores Oficiais de Contas como protagonistas relevantes num ecossistema que garanta a eficiência dos processos e a qualidade da informação disponibilizada ao mercado, num contexto cada vez mais complexo e sofisticado. A Auditoria não pode ser vista como uma commodity.

Tal como apontou Óscar Figueiredo, Coordenador da Comissão Organizadora do XIII Congresso da OROC, “alguns dos novos caminhos da auditoria passam pela utilização de mais e melhor tecnologia nos nossos processos de trabalho em resposta à constante evolução tecnológica presente nos negócios desenvolvidos pelos nossos clientes, pela aplicação apropriada das normas de auditoria relevantes em cada caso, pelo exercício mais exigente de ceticismo profissional e de julgamento profissional fundamentado e por equipas com capacidades e competências multidisciplinares adquiridas através da educação e da formação contínua. Tudo isto é exigido pelos stakeholders”.

Face ao investimento exigido, pede-se aos stakeholders o pagamento de um preço justo, sendo que “a auditoria não pode ser vista como uma commodity e, nesta matéria, temos uma responsabilidade que é a de não aceitar preços que não reflitam a competência e o investimento que nos são exigidos.”

Para o responsável da OROC a garantia de mais qualidade na auditoria é uma missão partilhada, afirmando que “temos as nossas responsabilidades no caminho para melhorar a qualidade dos nossos serviços. Mas não se pode esquecer, nem confundir, a nossa responsabilidade com a responsabilidade dos outros. Os auditores fazem parte do que se chama o ecossistema da cadeia de relato financeiro de uma entidade, de que fazem parte também, e em primeiro lugar, os administradores e outros membros da gestão, e os encarregados da governação e outros membros dos órgãos de supervisão e fiscalização. Só trabalhando todos em conjunto com o mesmo fim é que estaremos, todos também, em condições de contribuir para o interesse público.”

Uma ideia de interesse público da profissão refletida na intervenção do Ministro Adjunto e da Economia. Dirigindo-se à plateia, na sessão de encerramento deste evento, Pedro Siza Vieira afirmou que “não é possível fazer um percurso de crescimento económico sem que profissionais qualificados possam estar presentes, a acompanhar as nossas empresas, os nossos investidores, os investidores externos na materialização destes esforços. Esse é o papel dos Revisores Oficiais de Contas, esse é o papel dos auditores. E sendo esta uma profissão que se questiona a si própria, que se confronta com problemas distintos, não tenho dúvidas que vai ter necessariamente de desempenhar um papel muito importante na modernização da nossa economia, na modernização das nossas empresas”.

Ao longo do dia, foram vários os testemunhos sobre os novos caminhos da economia e dos negócios, da inteligência artificial impregnada nos novos processos, da digitalização e virtualização das transações, das formas cada vez mais etéreas de armazenar, comunicar e relatar informação e de a propagar à escala global e de manter essa informação protegida de intrusão através da utilização de soluções de blockchain, criptomoedas, machine learning e big data.

Fernanda Ilhéu, Professora do ISEG e investigadora, esboçou uma análise ao contexto macroeconómico global, destacando o novo equilíbrio e desafios associados à evolução do percurso e ambição de potências mundiais, particularmente do caso chinês.

Uma análise de contexto que se debruçou igualmente no ambiente tecnológico atual, especificamente no que diz respeito às mais recentes questões levantadas pela utilização da Inteligência Artificial. Afonso Seixas Nunes, Sacerdote Jesuíta e Docente na Universidade de Oxford, ressalva a necessidade de uma imensa reflexão sobre o tema, não só tecnológica, mas também ética, jurídica e filosófica. Já o Presidente do Instituto Superior Técnico, Arlindo Oliveira, deixou o aviso quanto à capacidade de estarmos preparados para tecnologias muito disruptivas, que ainda desconhecemos mas que provavelmente virão a acontecer.

Ainda na reflexão acerca dos novos desafios contidos na nova realidade digital, da utilização dos dados e da confiança do público, António Gameiro Marques, Diretor-Geral do Gabinete Nacional de Segurança, aponta o novo carácter dos dados que, contextualizados, se transformam em informação e visam a matéria-prima do séc. XXI: o Conhecimento. A questão da confiança e das redes sociais está hoje, afirma Nicolau Santos, Presidente da LUSA, no centro de qualquer discussão. Um debate que apresenta dados inquietantes dos quais é fundamental que estejamos conscientes.

A sustentabilidade, nos processos desenvolvidos e na relação com clientes e a sociedade em geral, foi salientada num painel que reuniu Isabel Ucha, Presidente da Euronext, para quem o mundo financeiro e o mercado de capitais têm de contribuir mais para se atingirem os objetivos de desenvolvimento sustentável, e Alan Johnson, Vice-Presidente da International Federation of Accountants (IFAC), que vê a profissão como crítica para construir confiança na sociedade, no setor público e no setor privado, nas grandes corporações e nas empresas familiares, fazendo dos auditores conselheiros confiáveis, sustentáveis e éticos. Já Francisco Miranda Rodrigues, Bastonário da Ordem dos Psicólogos Portugueses, definiu o fator humano como essencial e o elemento que mais impacto terá na evolução a esperar no futuro.

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